terça-feira, 15 de maio de 2012

PRECISAMOS DE POLÍTICA SIM




Este texto foi escrito como resposta a um amado irmão no Facebook depois de chamar para a reflexão sobre a crítica que faço da relação promíscua entre igreja (instituição religiosa) e política. Este é a resposta corrigida e ampliada.

Meu amado irmão xxxxxxxx, quero dizer-te que entendo tua colocação de que os candidatos  devam realizar obras de caridade, todavia a ação política é muito mais abrangente do que a filantropia (obras de caridade) e para ser bem franco nem é papel do legislativo (a ação direta) seja na esfera que for, o executivo sim tem o dever, mas não o de realizar filantropia e sim de promover políticas públicas que contemplem os menos favorecidos combatendo assim a tão famigerada desigualdade social!

 A filantropia, bem, este papel é meu e teu, sobre tudo como igreja, nós é que devemos meter a mão no bolso e ajudar aos irmãos em Cristo e aos demais necessitados que nos cercam! Agora, se por ventura alguém o fizer em sendo um político, que o faça, mas não na condição de agentes públicos e sim de indivíduos, cidadãos e acima disso tudo como discípulos de Jesus! Sei que o texto que escrevi O Ano da Panaceia, é uma dura crítica que faço, entretanto, quero deixar claro que não demonizo a política, antes louvo a Deus por viver em um país livre regido por uma constituição democrática (de uma consciência democrática adolescente, mas isso deixa pra lá, outro momento falamos disso) aonde três poderes são constituídos: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Dos quais dois são eleitos pela população e isso é fabuloso (poderia ser melhor em todos os três sendo eleitos)! 

Não discordo sob hipótese alguma da participação de crentes no processo político, penso que nossa sociedade precisa de gente capacitada, articulada, lúcida, humana, apaixonada e por que não, atuando no Legislativo e no Executivo, gente cheia de fé e do Espírito Santo? Por que não, gente como o governador José, o estadista Daniel, os políticos Willian Wilberforce, Abraham Kuyper, John Whiterspoon, John Quincy Adams, o mobilizador social Martin Luther King Jr, a missionária Dorothy Stang quem quer que seja que queira representar seu povo sendo um discípulo de Jesus não pode oferecer um padrão menor do que este e nós também não podemos aceitar nada menos do que isso.

Do que discordo é do discurso de que a igreja precisa de políticos, mentira! A Igreja nunca precisou e não precisa de políticos para defendê-la, quem a defende é o Senhor Jesus que deixou claro para Saulo no caminho de Damasco que as dores da Igreja são sentidas também por Ele e Ele, Jesus, assume as guerras da Igreja (At 9), agora quem precisa, repito, é a sociedade como um todo! Discordo de gente sem histórico de luta pelo bem comum que por conchavos e interesses pessoais é empurrado goela baixo para que a comunidade cristã os eleja. Discordo da falta de respeito para com o sofrido povo evangélico que de forma recorrente é usado como massa de manobra para dar destaque a quem não deve.

Meu amado tudo neste país acontece de forma legal, ou seja, na forma da lei e esta legalização passa por meio do processo político, a título de exemplo leis como: o Laicismo do Estado, os Direitos Trabalhistas, o Voto Feminino, a Liberdade de Expressão e Consciência, o SUS (Sistema Único de Saúde), a Lei Maria da Penha, o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estatuto do Idoso, o Combate a pedofilia é tudo produto do trabalho político. 

Existe muito a avançar a Reforma Política, a Reforma Tributária, a Reforma Agraria, a Reforma do Código Penal bem como do Código de Processo Penal, as políticas de Reparação enfim. Observe o que diz André Rezende da Revista Raça: “... Pra finalizar, tem a Lei 9.504, que proíbe satirizar ou ridicularizar candidatos e partidos políticos durante o período de campanha eleitoral, porém, na história da nossa frágil democracia, a população é constantemente ridicularizada por políticos ou aspirantes a tal, seja em relação a leis absurdas que eles mesmos inventam ou com slogans de campanhas que abusam de nossa inteligência, como, por exemplo: Você sabe o que um deputado federal faz? Eu também não! Vote em mim que eu te conto. (slogan de um palhaço, literalmente)...”.

Vendo por este angulo não te parece que na qualidade de brasileiros precisamos de políticos e bons políticos? Agora não basta ser cristão, é preciso ter vocação, altruísmo, capacidade, seriedade e muita entrega muita disposição, muita paixão de ver sua gente melhor esse deve ser o coração do político ainda mais se ele for discípulo de Jesus de Nazaré.


David Sander Soares Pinheiro

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